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domingo, 22 de março de 2015

Uma sociedade de imagens


"Uma sociedade de imagens, não mais de textos e gestos. Isso é tudo que precisamos para que as relações apareçam como mais leves, e que a vida seja “adequada” a um mundo de relações que fazem da intimidade e tudo o mais algo pouco denso, sem grandes amarras. O sexo com diversos parceiros, com a busca da satisfação rápida; mas para algo mais fácil ainda que o sexo virtual – tudo o que era compromisso precisa ser diminuído diante dos compromissos que a vida do trabalho coloca. A felicidade é a vida sem compromisso – diz a TV. Tudo que a tecnologia permite como sendo fácil para a felicidade precisa também ser regrado por uma moral que não emperre nada. Uma sociedade de imagens facilita tudo isso. Elas são leves pois não são do âmbito do gesto, só parecem...
As mulheres querem fazer sexo, claro, e os homens já passaram disso e querem só as imagens disso."


Paulo Ghiraldelli, 57, filósofo.


Esse é um trecho do texto de Paulo Ghiraldelli, que li mais de uma vez, porque trata-se de um assunto recorrente nas minhas reflexões.

Uma sociedade de imagens. Bem acho que a frase já diz tudo, sintetiza o que tenho visto por ai.

Minha intenção não é criticar o texto ou essa realidade mas refletir sobre essa forma de se relacionar, com as pessoas e com a vida, que vem surgindo.

Acho que isso é uma consequência da invasão cibernética na vida das pessoas, alterando valores e prioridades. Hoje vejo isso como uma invasão, as pessoas não tem mais privacidade ou não querem ter. A intimidade deixa ter caráter exclusivo de quem a vivia. É muita exposição para pouco conteúdo.

Acho que essa busca pela satisfação rápida e sem compromisso produz não relacionamentos leves mas superficiais.

Desvalorizam as pessoas, as objetizam, porque não levam em consideração as  suas necessidades emocionais e psicológicas.

Sexo é importante, faz parte da natureza humana, o modo como as pessoas estão lidando com isso é que me preocupa.

Homens e mulheres tem direitos iguais,  mas já é sabido que são diferentes na sua maneira de sentir prazer no ato sexual.

Não lidar com essas diferenças nos impede de amadurecer, de avançar na nossa sexualidade em busca de um prazer mais pleno que envolva não só o corpo.

O que me assusta é que isso está levando pessoas a se contentarem apenas com imagens, ou se tornarem "objeto" de prazer do outro.

Eu estou fazendo minha parte me mantendo o máximo de tempo possível desconectada.

Para mim não tem imagem ou tecnologia que substitua o que a pele pode sentir com o toque. O prazer que o paladar e olfato pode proporcionar.




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