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terça-feira, 31 de março de 2015

Ainda assim, escolhemos voar juntos. E isso é fantástico!


“Amar é estar em paz consigo mesmo. E estar em paz já é um grande desafio. Somos únicos e infinitos. Somos sós e completos. Ainda assim, escolhemos voar juntos. E isso é fantástico! Mas, para que a vista seja boa, é preciso criar força nas asas e dar nosso primeiro salto sós.”

Antes de estar com alguém, estamos junto com nós mesmos. E, eventualmente, temos medo do silêncio, acumulamos informação nas paredes, usamos ajuda para relaxar a mente, ficamos desconfortáveis na multidão. Evitamos nossa primeira companhia, buscando a resposta além...

Sofremos a influência do Romantismo no nosso comportamento, que nos visita nas comédias românticas, novelas, brinquedos de crianças e cantigas desde a primeira infância, e catequiza gerações desde Shakespeare.

É a arte do sonho e da fantasia. Graças a ela somos incentivados a ansiar nosso lugar ao sol. Mas, também devemos lembrar dos perigos de viver na terra das fadas, e negar a realidade.

Não há nada de estranho em estar no cinema desacompanhado. Precisamos nos compreender, para compreender o outro. Contemplar em silêncio os sons da cidade faz parte de integrar-se com o mundo, e aceitar que somos parte dele...

Dessa forma, não existe nenhum amor que nos torne completos. Porque a resposta não é essa. A resposta somos nós mesmos.

Estar com alguém pode ser mais solitário que aceitar o fim. E crer que a felicidade virá junto com um Messias romântico prometido é frustrante.

Entramos inteiros ou partidos numa história, mudamos por próprio mérito para menos ou para mais, e é isso.

O romantismo é saudável, mas quanto dele é um desespero por algo grandioso na vida, simplesmente para jogarmos a bola para alguém.

O companheirismo de uma vida é, definitivamente, grandioso; que o diga Tarcisio Meira e Gloria Menezes, Jorge Amado e Zelia Gatai. Mas, e quando amamos estar apaixonados mais do que o objeto do nosso afeto...

Insistimos em “riscos” desnecessários ao adotarmos estratégias levianas e depois lamentamos tanto azar. Por desespero de quê? Nutrimos relações destrutivas e sofremos por acabar destruídos.

Nenhuma resposta mágica aparece junto com o amor. Pelo contrário. Aparecem mais perguntas e desafios. Para estar junto é preciso primeiro respeitar o contorno do próximo. Não se fundir a ele e virar uma massa amorfa, com consciência coletiva.

Casais são duas unidades juntas, mas são unidades.

O ser humano é tão rico e misterioso, devemos explorar nosso potencial e melhorar o mundo, e evitar caber numa caixinha etiquetada.

Somos únicos e infinitos.

Somos sós e completos.

Ainda assim, escolhemos voar juntos. E isso é fantástico! 

Mas, para que a vista seja boa, é preciso criar força nas asas e dar nosso primeiro salto sós.




Adaptação do texto de Tamara Ferreira

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