12 de junho
Quando as reflexões vão se aprofundando a um nível muito alto e isso acontece quando decisões importantes precisam ser tomadas, sentimentos estão envolvidos e não se pode tomar decisões de forma leviana sem levar em conta que nossos atos e decisões também afetam as pessoas que estão ao nosso redor.
Esse tipo de reflexão a que me refiro não é um simples pensar sobre algo, é realmente um processo que leva dias, semana até meses para terminar, cada pensamento leva a outro, cada questionamento traz outros mais, e os porquês vão se multiplicando na minha mente.
Então saio vasculhando dentro do pouco conhecimento que tenho o entendimento para tais questões, que possam me levar às respostas para minhas dúvidas.
As pessoas em geral têm uma tendência à auto-ilusão, eu como não sou diferente de ninguém também o faço, essa tendência, acredito eu, se dá porque temos dificuldade de enfrentar a realidade, quando esta não nos agrada, então como mecanismo de fuga, nos iludimos.
Fazemos isso também com as fantasias, para fugir dos problemas ou da realidade criamos fantasias em nossas mentes e viajamos nela, acho até saudável porque às vezes a vida se torna tão difícil que o ser humano precisa de uma válvula de escape para suportar certas situações, lógico que não se deve fazer isso sempre é preciso ter bom senso e não exagerar.
Esse processo de reflexão serve bem para isso para mostrar o que é real e o que é ilusão, serve para tirar a venda dos olhos, enxergar a verdade, aquela que não queremos ver. Só enfrentando a verdade é que podemos entender o porquê e assim buscar os melhores caminhos a seguir.
Só que dessa vez a verdade já era conhecida, e como bem me disseram eu vou ter que pagar um preço pela minha escolha, eu escolhi a verdade e esta vai me cobrar um alto preço, ou seja me afastar do que me é mais precioso nesta vida.
Para enfrentar isso terei que quebrar paradigmas, construir uma nova ordem para as coisas; é certo que nem sempre o padrão é o melhor, talvez o diferente seja uma boa opção, preciso manter o foco e não perder em meio a esse processo o que tenho de melhor, a honestidade e o otimismo. O futuro é algo incerto e o medo do que está ainda por vir é até natural, diante de tantas e profundas mudanças, então o jeito é confiar que no final tudo vai dar certo. Sei que vivo dois dilemas distintos e que de alguma forma tenho que conviver com eles.
Ontem queria por algum tempo conseguir não pensar, acalmar minha mente, descansar.
É a briga do coração contra a razão, o id contra o superego, o instinto contra o racional, aliás, esse sempre foi um dos grandes dramas da humanidade.
Satisfazer ao coração ou às exigências de uma sociedade cheias de normas de conduta e valores.Esse sim é um grande motivo para se fantasiar e sonhar, mas depois que a venda cai, que se olha a realidade como ela é, que desfaz-se a ilusão, tudo fica triste, a razão vence o embate e o coração se recolhe.
Não é preciso muito para se enxergar a realidade basta apenas um “espelho”, olhar o que o coração
não quer ver, o tempo passou, deixou suas marcas sim, estampadas na pele e nas cicatrizes marcadas na alma.
É muito difícil quando se encara o espelho com um olhar crítico, esse não mente jamais.
A fantasia me leva a querer poder estar em outra dimensão onde fosse possível alcançar o inatingível, onde o tempo não existisse, “o tempo” esse hoje é meu algoz que me mostra que meu tempo já passou, que nem tudo pode ser recuperado, o tempo me afasta daquilo que desejo, e o tempo, por ironia do destino, é quem vai me ajudar a esquecer, a superar mais essa perda.
Certos vínculos são tão difíceis de serem rompidos.
Disseram-me ainda outro dia que “ainda é cedo para certas coisas, ainda é tudo muito recente”, se o problema fosse só esse a solução seria esperar o tempo passar, só que não é só isso o que me separa do meu sonho, é um tempo muito, muito maior.
O tempo vai passar e amanhã, bem o amanhã a Deus pertence.
