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domingo, 30 de outubro de 2011

O encontro

Depois de passar a noite em claro, ela enfim se deu conta que o dia estava amanhecendo e não valia mais a pena tentar dormir um pouco.
Havia planejado ir a praia com algumas amigas e também tinha outras coisas planejadas para o feriado. Resolveu então fazer um café e adiantar algumas coisinhas, mas ai começou a chover e ela pensou, será que vai rolar uma praia hoje, tomou um banho e depois um café da manhã bem caprichado.
Alguns pensamentos a estavam incomodando, algo que havia acontecido alguns dias antes; acho que foi na segunda ou terça feira, ela tinha saído uma noite para ir a padaria e ao mercado, nem tinha se dado conta que já havia passado das sete horas da noite, mesmo assim ela foi precisava comprar pão e algumas coisas para o almoço do dia seguinte.
Quando estava já dentro da padaria resolveu levar apenas um bolo, a fila para pegar pães estava grande. Yasmim escolheu um pedaço de bolo e se virou para ir ao caixa quando escutou uma voz vindo por trás, ela conhecia aquela voz,e como conhecia, tanto que preferiu não olhar para a pessoa, apenas acenou com a cabeça e continuou em direção ao caixa. Júnior  seguiu em direção ao caixa também e ficou atrás dela na fila, que estava bem grande.
Por algum motivo a fila não andava e ela começou a ficar perturbada com a presença dele bem ali atrás dela, tão perto que quase era possível ouvir-lhe a respiração ou mesmo sentir o calor de seu corpo moreno.
Ela não consegue mais olhar para ele de frente, olhar-lhe nos olhos; tem medo, medo que ele perceba o quanto ela o ama, o quanto ele mexe com ela.Ainda mais agora que sabe que ele está com outra mulher, só esse fato já muda tudo, ela não pode mais ter com ele a mesma amizade de antes.
Suas mãos tremem e ela sente o coração disparar, não quer que ele perceba então decide ficar calada, olhando para o nada, até que percebe que há uma TV e começa a assistir enquanto a fila não anda. É uma situação muito estranha, pois em outra época estariam conversando como dois amigos, mas a amizade se foi, não resistiu as decepções e a tristeza de ter sido tratada com tanta indiferença.
Yasmim percebe o constrangimento que seu silencio causa nele e percebe que ele vendo ela olhar a TV também começa a olhar para lá.
De repente um outro caixa abre e ele muda de fila, então a chama para ela ir para lá também e ficar na frente dele novamente, ela aceita e agradece então ele pergunta-lhe como vai seu filho que também é amigo dele, ela responde mas ai chega sua vez no caixa e ela muito tremula ao pegar o dinheiro deixa cair um maço de cigarro da bolsa ele se abaixa para pegar, ele nunca aceitou esse vício dela, e faz um comentário sobre o fato dela ainda continuar fumando, ela finge que não ouve paga ao caixa se despede e sai sem olhar para trás.
Até agora ela não sabe como conseguiu chegar em casa, tanto que suas pernas tremiam, só fazia pensar que quanto mais ela foge mais assombração aparece.
Será que no fundo não foi o desejo contido de vê-lo, que era tão grande que o levou ao seu encontro. Quem pode afirmar com certeza...
Bem o que importa é que mesmo ela lutando com todas as suas forças para esquecer esse homem, mesmo já tendo passado tanto tempo, o sentimento que ela tem por ele ainda existe, está lá meio que escondido, mas ainda está lá.
Quando ela pensa que está superando, de fato ela está sim, perto de como estava a alguns meses atrás ela melhorou muito, pelo menos agora ela está reagindo.
Tem que reagir porque ela por questões de princípios não se envolve com homens comprometidos, mesmo sentindo por ele um amor tão grande, ela sabe que chegou a hora de cair fora definitivamente, cortar todo e qualquer vínculo que a ligue a ele, mesmo o de amizade.
Até porque não dá mais para tentar manter uma relação de amizade depois de ter sido tão ofendida e principalmente de ter perdido a confiança nele, sem contar as dúvidas que surgiram em torno do que ele andou falando sobre ela para Luana.
Esse encontro inesperado mexeu muito com ela, é como se abrisse uma ferida que estava cicatrizando ou seja o amor está lá e ainda é muito forte.
O que ela não entende é porque esses encontros acontecem assim com tanta frequência.
Aí ela se pergunta, se não era para ser, porque nossos caminhos vivem se cruzando, qual será o propósito disso tudo.

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