Amor e liberdade

Já faz quase dois anos que Yasmim está sozinha, ela procura nas suas lembranças se ela já havia passado tanto tempo assim solteira, mas desde sua adolescência ela nunca passou tanto tempo assim sem ninguém.
E falando em lembranças ela lembrou de sua juventude, quando toda vez que terminava um namoro ela dizia para si que dessa vez seria diferente, dessa vez ela ia ficar um tempo só, dar um tempo para si mesma, mas  tinha sempre alguém de plantão a espera de uma oportunidade e lá ia ela começar um novo relacionamento, lá estava ela de namorado novo.
Se bem que nem foram tantos assim, levando em conta que se tratava de uma adolescente, e os jovens trocam muito de namorados é natural.

É muitos anos se passaram desde então, anos num casamento estável, na verdade todos os seus relacionamentos foram muito bons, e quando deixava de ser bom ela acabava, nada de ficar insistindo. 

Nada a ver com que ela vive hoje, parece até que desaprendeu  de como lidar com os homens. Esqueceu que nem todos são confiáveis.


Não é de se estranhar porque agora ela está passando por uma crise tão intensa, nunca traiu e nem foi traída, nunca levou um fora, nunca perdeu um ano na escola, nunca foi despedida de seus empregos; é uma vida com muitas vitórias.
Yasmim as vezes pensa que por tudo que teve de bom chegou a hora de viver o outro lado da história, o lado da frustração, da decepção, de amar e não ser amada. Parece que chegou a hora de sofrer, de se preparar para a hora final que está próxima.

Mas ela sente falta, de ter alguém ao seu lado, não que ela queira compromisso sério, ela sente falta de ter com quem compartilhar o seu dia, de alguém para poder afagar, alguém para beijar, abraçar,  uma pessoa com quem dividir sonhos e esperanças, alguém que a faça rir, ela sente falta do contato físico de sentir a energia de outra pessoa ao seu lado, de ter alguém que fale ao seu ouvido. No fundo é uma mulher sensível, carente de carinho.

Ela quer um relacionamento não um compromisso, essas são coisas diferentes.

Compromissos, implicam em cobranças, ela quer é um relacionamento, uma união baseado no amor, na confiança, na liberdade de ser quem é e de aceitar o outro da mesma forma.

O amor verdadeiro não cobra, não sufoca, não impõe nada.

Compromissos esses sim limitam os sentimentos, controlam, aprisionam, impõe regras, principalmente em uma sociedade tão exigente como a que vivemos hoje.

O amor não exige ele oferece.

Talvez ela esteja acreditando num tipo de relacionamento que não exista, mas como não existe se ela já viveu relacionamentos assim,

Será que o problema está nos outros, talvez eles não conheçam essa forma leve e gostosa de amar.

Será que ela ainda vai ter tempo de encontrar alguém que compartilhe essa mesma necessidade de um amor que de prazer, e não dor.


Um amor que compartilhe sentimentos ao invés de cobranças, um amor que exista para trazer felicidade e não discórdia e disputas.

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